segunda-feira, 15 de abril de 2013

História de Espiritualidade


História de espiritualidade

 

A História de Espiritualidade, como matéria, vai querer demonstrar aos estudantes teólogos, em doutrinas e biografias, a vida espiritual nos seus vários aspectos ascendentes e descendente.
 

 

Plano de estudo para o 1º Ano de Teologia




OBJECTIVO DO CURSO


 

Este curso quer dar a conhecer aos candidatos ao sacerdócio, através da descrição, o caminho histórico, isto é, a acumulação de experiências espirituais vividas pela Igreja através de vinte séculos que nos separam, de Jesus de Nazaré até hoje.

A história em si faz referência do passado do homem que deixa rastos do seu ser nas memórias escritas ou cravadas nos documentos e monumentos que se convertem em fontes. A história espiritual é a vida do homem, a ciência do real. A espiritualidade indica, nesse sentido, “a vida segundo o Espirito”, o processo gradual da assimilação do homem da graça divina.

 

CONTEÚDO


 

A história da Espiritualidade abrange um campo muito vasto, por isso o seu conteúdo tem fundamento “na dimensão da interioridade de carácter religioso do homem e desenvolve o estudo de pessoas (…), destituídos de posteridade espiritual ou iniciadores de movimento…, superando-os porque inclui também a experiência pessoal cristã narrada por ele mesmo ou relatado por outros, a doutrina que ele pode ensinar ou a que outros extrairiam da sua vida. Inclui também movimentos espirituais e as doutrinas que são fruto de ensinamento directo ou reflexo na linha da experiência ascética e mística” (S. De FIORES – T. GOFFI, Dicionário da Espiritualidade, p. 491).

 

METODOLOGIA


 

a)      Todos deveriam ter um texto de apoio, na impossibilidade, ao menos dois a dois.

b)      A exposição da matéria pelo professor, deixando depois os alunos fazerem perguntas de esclarecimento.

c)      Diálogo (perguntas-respostas)

d)     Leitura de algumas obras de vida espiritual e biografias de santos.

e)      Projecção de alguns filmes da vida dos santos e comentário em turma.

 

AVALIAÇÕES


 

Haverá duas avaliações, como princípio, um trabalho e uma prova escrita. Há também possibilidade de se fazer uma prova de recuperação. O exame será escrito.

 


BIBLIOGRAFIA


* MAROTO, Daniel de Pablo, Historia de la Espiritualidad Cristiana, Editorial de Espiritualidad, Madrid, 1990.

* LINGNEROLLES de Philippe e MEYNARD Jean-Pierre, Storia della Spiritualità Cristiana, 700 autori spirituali, Gribaudi, Milano, 2005.

* DUNMEIGE G. e GUERRA A., História da Espiritualidade, in Dicionário de Espiritualidade, dirigido por Stefano de Fiores e Tullo Goffi, S. Paulo: Paulus, 1993, pp. 490-510.

 

BOUYER Louis – DATTRINO Lorenzo, La Spiritualità dei Padri 3/A, Storia della Spiritualità, Grfiche Dehoniane, Bologna, 1998.

 

BOUYER Louis, La Spiritualità dei Padri 3/B, Storia della Spiritualità, Grfiche Dehoniane, Bologna, 1999.

 

ANCILLI Ermanno, Spiritualità Medioevale, Annotazioni storiche, Teresianum, Roma, 1983.

 

PACHO Eulogio, Storia della Spiritualità Moderna I-II-III, Teresianum, 1984.

 

CASTELLANO Cerevera Jesus, Storia della Spiritualità Contemporanea, Teresianum, Roma, s.d.

 

 

PROGRAMA


 

INTRODUÇÃO GERAL

 

A ESPIRITUALIDADE COMO DISCIPLINA CIENTÍFICA[1]

 

1. Noção do termo espiritualidade

2. Explicação de alguns conceitos relacionados a espiritualidade

3. Teologia Espiritual como disciplina científica

4. Teologia espiritual e outras teologias

5. Síntese histórica do surgimento da Teologia Espiritual

 

 

INTRODUÇÃO

 

I – A ESPIRITUALIDADE NAS SUAS ORIGENS (SÉCULO I)

 

1.      Vida espiritual no Novo Testamento

1.1.A nossa herança (O povo Judeu)

1.2.As correntes espirituais do mundo antigo

1.3.Jesus de Nazaré

1.4.A espiritualidade dos Evangelhos

a)      Sinópticos

b)      Evangelho de S. João

2. Espiritualidade paulina

3. Tradição Apostólica

II – IDADE PÓS-APOSTÓLICA (SÉCULOS II-IV)

 

1. As gerações pós-apostólicas

1.1. Espiritualidade do martírio

1.2. Espiritualidade da virgindade

2. Os padres Apostólicos (Igreja)

 

 

III – AS CORRENTES DA VIDA ESPIRITUAL (SÉCULOS IV-VII)

 

1. As correntes heréticas e suas influências na espiritualidade

1.1.  A gnosis

1.2.  Manequeísmo

1.3.  Encratismo

1.4.  Mesalianos

1.5.  Montanismo

1.6.  Consequências destas manifestações

2. A espiritualidade do monacato e do deserto

2.1. A espiritualidade do monacato

2.2. A espiritualidade do deserto

3. A praxis monástica

4. Alguns grandes autores espirituais da época

4.1. Santo Agostinho de Hipona

4.2. Dionísio, o Areopagita

4.3. São Gregório Magno

4.4. São Bento

 

 

IV – A ESPIRITUALIDADE DO TEMPO MEDIEVAL (SÉCULOS VIII-XIII)

 

A. SÉCULOS VIII-X

1. A espiritualidade popular

2. Movimentos laicais

 

B. SÉCULOS XI-XIII

1. O monacato renovado

2. A espiritualidade dos cónegos regulares e das ordens mendicantes

 

 

V – IDADE MODERNA (SÉCULOS XIV-XVIII)

 

1. A escola “Renano-Flamenga”, a “Devotio Moderna” e o Renascimento

2. A escola Espanhola de Espiritualidade

3. As correntes espirituais na França

4. A espiritualidade do movimento jansenista e quietismo

5. Espiritualidade Popular

5.1. A espiritualidade Popular do Barroco

5.2. Renascimento e Piedade Popular

 

 

VI – IDADE CONTEMPORÂNEA (SÉCULO XIX EM DIANTE)

 

1. Raízes da espiritualidade contemporânea

1.2. A liberdade e os direitos humanos

1.3. Movimentos modernos e o seu influxo na espiritualidade

a)      O americanismo

b)      O modernismo

c)      O problema místico

2. A espiritualidade em torno do Concílio Vaticano II

3. O caminho espiritual pós-conciliar e algumas novas tendências espirituais

 

 

 


INTRODUÇÃO

Tratar da História de Espiritualidade é algo complexo pois engloba um conhecimento científico do passado e da evolução da humanidade desde as suas origens até aos nossos dias, visto que o homem em si mesmo é religioso desde da sua existência e formação das mãos de Deus.

Falar da História da Espiritualidade é penetrar num complexo do esforço constante para a descrição e análise da realização consciente do espírito limitado do homem que manteve no decorrer dos séculos com o Transcendente.

Esta relação com o Transcendente se manteve de cultura a cultura onde o homem desenvolveu a sua vida. Assim podemos falar de formas diversas de espiritualidade, como por exemplo: espiritualidade hindu, budista, muçulmana, judaica e cristã.

 

A História da Espiritualidade Cristã que nós nos propomos estudar e pesquisar é uma explicação da relação experimental do homem com o Deus, uno e trino, que se revelou por meio de Jesus Cristo.

 

Na Bíblia, por exemplo, não encontramos uma teoria a respeito da espiritualidade, mas a sua vivência. Encontramos o convite a viver como homens espirituais (“pneumatikoi”: 1Cor 2,13; Gl 6,1; Rm 8,9), a viver na “santidade perfeita: o espírito, a alma e o corpo” (1Ts 5,23). Isto diz respeito ao estilo de vida do cristão, esta que devia ser como uma vida dominada pelo Espírito do Ressuscitado, como vida de membros da Igreja.

 

A espiritualidade é assim um conjunto das inspirações e convicções que animam interiormente os cristãos na sua relação com Deus, assim como também conjunto das reacções e das expressões pessoais ou colectivas, e das formas exteriores visíveis que concretizam tal relação.

 

Originalmente e substancialmente, não há mais que uma espiritualidade cristã, mas a mesma espiritualidade vivida de maneiras diferentes no tempo e no espaço determinado.

 

Antes de falarmos da História de Espiritualidade há necessidade de termos uma pequena noção de Teologia Espiritual, visto que o programa académico deste Seminário não contempla o estudo introdutório da Teologia Espiritual.

 

 

A ESPIRITUALIDADE COMO DISCIPLINA CIENTÍFICA

1.      Noção do termo espiritualidade

 

Antes de explicarmos o termo é necessário saber que a ciência da perfeição cristã ou, simplesmente espiritualidade, teve sua evolução, por exemplo, ao longo da história se encontramos termos como: vida interior, vida espiritual, Ascética e Mística.

 

Todos estes termos têm a sua razão de ser, porém devem ser entendidas no seu próprio contexto e lugar, embora no fundo possam significar a mesma coisa.

 

O adjectivo spiritalis (ou spiritualis) provém da tradução grega pneumatikós; o substantivo spiritualitas apareceu mais tarde no contexto diverso, como por exemplo no contexto canónico em que spiritualitas se opunha a temporalitas, os bens eclesiais aos bens civis, como também no contexto filosófico que contrapõe o ser, ou então a consciência espiritual ao corporalitas. Em todos esses contextos permanece o contexto religioso no qual o termo spiritalis indica a vida espiritual[2].

 

Se passamos a concepção moderna da “espiritualidade” vemos que nos documentos eclesiásticos, a terminologia não é constante.

 

No nosso estudo de teologia espiritual ou simplesmente espiritualidade para chegarmos a uma exacta definição temos que olhar para o desenvolvimento histórico da vida cristã. Por exemplo, era comum na França, nos anos Seiscentos, o termo “espiritualidade” indicar tudo aquilo que estava em relação aos exercícios de vida interior, em que se procurava a perfeição aos olhos de Deus.

 

Aos nossos dias “espiritualidade” significa também um certo estilo de vida cristã que está em relação aos correntes espirituais históricas (franciscana, inaciana, beneditina, …), ou um estilo específico de vida (espiritualidade sacerdotal, laical, religiosa, etc.).

 

2. Explicação de alguns conceitos relacionados a espiritualidade

 A espiritualidade abarca não só a definição acima, mas também outros conceitos, tais como: vida espiritual, vida interior, vida cristã, vida sobrenatural, perfeição, ascética e mística.

 

a)      Vida Espiritual

A expressão vida espiritual pode ser tomada em duplo sentido:

 

i.        Sentido amplo: - Como oposta a vida material, assim falamos da actividade espiritual do homem que pensa, raciocina e ama na ordem puramente natural (ateísmo).

 

ii.      Sentido restrito: - Como distinta da vida puramente natural. Neste sentido cada alma, em estado de graça santificante, possui vida sobrenatural.

 

b)     Vida sobrenatural

O dicionário diz: sobrenatural é que transcende a natureza física do homem; que concerne a Deus ou pertence ao mundo divino. Vida baseada nas virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e nos conselhos evangélicos (pobreza, castidade e obediência).

 

Mas quando se fala de vida sobrenatural o autor António Royo Marin diz que a expressão vida sobrenatural serve para indicar a vida vivida em uma forma muito plena e intensa. Assim, fala-se de espiritualidade do homem espiritual.[3]

 

O sobrenatural pode ser de duas espécies:

i.        Aquele que é intrinsecamente sobrenatural, de modo que se excede não só a causalidade de todas as forças eficientes criadas, mas a mesma essência e as exigências naturais de cada ser criado (a graça, as virtudes infusas, os dons do Espírito Santo).

 

ii.      Aquele que mesmo sendo intrinsecamente natural é produzido de modo sobrenatural (os fenómenos da natureza: água do baptismo, óleo do crisma, pão da Eucaristia, vinho da Missa, etc).

 

c)      Vida Interior – O termo em si mesmo dá o seu significado. É a vida que parte do princípio da vivência do que é meditado à luz da Palavra de Deus.

 

d)     Vida Cristã – Participação na graça de Cristo-Cabeça, revestir-se de Cristo, agir em nome de Cristo, ter o senso de Cristo, até alcançar o estado de homem perfeito, a plena maturidade em Cristo.

 

e)      Perfeição Cristã – A vida sobrenatural de graça[4] quando alcançou um desenvolvimento excelente em relação ao grau inicial recebido no baptismo, mediante os seus princípios operativos.

 

f)       Ascese – Etimologicamente o termo ascesi significa exercício, treino, e se aplica seja ao exercício físico seja a uma reflexão filosófica. Mais tarde veio a significar também esforço mediante o qual se desejava a progressão na vida moral e religiosa. Este esforço, normalmente, requeria um método. Era normal que numa ascese espiritual impunha também uma disciplina corporal e exercícios de oração mental.

 

Partindo da necessidade do homem de um esforço para conseguir a perfeição, toda a espiritualidade fala de ascese e da vida ascética: cada pessoa espiritual deve praticar “exercícios espirituais”.

Toda vida cristã é necessário esforço humano para cooperar com a graça divida e dispor-se a receber um acréscimo na vida espiritual. Este esforço de purificação e de cooperação nunca é completo e portanto é necessariamente permanente.

 

Por outro lado, a ascese é a pratica da vida que tende a elevação espiritual através do domínio dos instintos, da abstenção dos prazeres, da meditação e do destaque do mundo.

 

Por ascética entende-se o esforço que a pessoa faz para dominar as próprias paixões, para adquirir a virtude. Esta actividade representa a 1ª fase da vida cristã que se chama via purgativa ou dos principiantes, porque estes se exercitam na prática das virtudes mais ainda humanamente, isto é, preponderância da actividade pessoal. O influxo do Espírito Santo é ainda pouco sentido. Em conclusão, a característica do período ascético é a actividade e o esforço.

 

A teologia ascética seria, neste caso, o estudo dos motivos e meios de purificação da alma que se liberta do pecado e se empenha na prática das virtudes.

 

g)      Mística

Do ponto de vista filosófico a palavra mystikós deriva da mystés: àquele que foi iniciado aos mistérios. Um significado comum da palavra mysterion seria a existência de uma realidade secreta, escondida ao conhecimento ordinário e que se revela através de uma iniciação quase sempre de tipo religioso. É este o sentido do mysterion também no N. T.  (Mt 13,11; Col 1,26-27; Ef 3,3-21; etc).

 

É necessário porém distinguir a palavra mistério que se refere aos complexos mitos e ritos que implicam uma iniciação e esoterismo, do místico que compreende várias formas de experiências espirituais (cfr. Gl 1,15-16)[5]. Portanto, a palavra mística indica algo escondido, secreto, misterioso. É usado, no sentido religioso, para falar dos contactos mais íntimos da alma com Deus.

 

Com mística estamos na via iluminativa ou dos proficientes, que depois, torna-se via unitiva ou dos perfeitos. A acção do Espírito Santo é mais frequente e manifesta. A pessoa age divinamente e sempre menos por esforço próprio. Característica específica deste estado é a passividade.

 

A teologia mística é aquela que ensina as vias de união a Deus (pelas purificações e) pela acção dos dons do Espírito Santo.

 

Perante todos estes conceitos, a espiritualidade seria a vida segundo o espírito, cujo fruto é a santificação” (cf. Rm 6,22; Gl 5,22).

 

3. Teologia Espiritual como disciplina científica

Antes de tratarmos da teologia espiritual como uma disciplina científica temos que entender primeiro a noção de ciência. O termo ciência aplicado a teologia parece ser inconcebível, dado que a ciência deve ter o seu objecto e método próprios. Porém temos que entender que entre ciências existem ciências exactas, ciências humanas e ciências teológicas, todos esses têm o seu objecto e o seu próprio campo de acção.

 

3.1. Noção de ciência

i.        As ciências exactas tem o objecto próprio, uma certeza comunicável e universal como por exemplo a matemática, a física, a química, etc. Estes partem de um método próprio dedutivo ou experimental.

 

ii.      As ciências humanas tem o objecto próprio o homem nas suas várias condições de vida como por exemplo a psicologia, a sociologia, a história, etc. Se servem de métodos próprios seja experimentais ou racionais.

 

iii.    As ciências teológicas esses consideram tudo em relação a Deus, princípio e fim. Esses se servem da Sagrada Escritura e da Tradição, onde tomam os seus princípios de estudo.

 

3.2. Descrição da Teologia Espiritual

A espiritualidade é teologia porque trata da vida sobrenatural (divina por participação). Porém é, sobretudo, uma disciplina teológica específica porque trata dessa vida olhando para o seu desenvolvimento real e existencial, no tempo e no espaço, e com extensão aos condicionamentos psico-físicos.

 

Específica porque trata não tanto da realidade do divino em si mesmo e na sua objectiva relação, mas, sobretudo, na sua força transformante no cristão que é chamado a responder a própria vocação divina em Cristo, por meio do Espírito.

 

É teologia espiritual porque insere também a ascética e a mística como parte de um todo, sugerindo assim a ideia da unidade da vida cristã e excluindo a sua divisão, mas unindo e ordenando uma à outra no único fim comum, a santificação do homem, isto é, a progressiva união com Deus no aumento contínuo da graça (aspecto positivo), e a progressiva eliminação dos obstáculos que impedem o crescimento (aspecto negativo).

 

A Teologia Espiritual é a ciência que ensina ao homem a destacar-se das coisas terrenas em vista a união com Deus.

 

A Teologia Espiritual “é uma disciplina teológica que, fundada sob os princípios da Revelação, estuda a experiência espiritual cristã, descreve o seu desenvolvimento progressivo e faz conhecer a sua estrutura e suas leis”.[6]

 

A Teol. Espiritual “é a disciplina teológica que estuda sistematicamente, a partir da Revelação e da experiência qualificada a assimilação crescente do mistério de Cristo na vida do cristão e da Igreja, no processo constante e gradual até a perfeição[7].

 

A Teologia espiritual “é disciplina teológica fundada nos princípios da revelação e na experiência dos santos, que estuda o organismo da vida espiritual e a consciência que dela temos, explica as leis do seu progresso e desenvolvimento, descreve, em fim, o progresso do desenvolvimento que encaminha a alma dos começos da vida cristã até a perfeição”.[8]

 

Explicação da última Noção

a)    A T. E. é disciplina teológica porque trata do Deus vivo, enquanto fonte, modelo e termo da vida espiritual, e trata do homem que participa dessa vida divina.

 

Sendo o homem o objecto material principal dessa disciplina, toda a contribuição das ciências humanas para um conhecimento melhor do homem pode servir a teologia espiritual em seu desígnio de fidelidade à realidade do homem.

 

A T. E. encara o homem em sua condição a um destino sobrenatural, com sua história pessoal e todavia incorporada na comunidade humana e eclesial.

 

b)      A T. E. é uma ciência fundada nos princípios da revelação e na experiência dos santos. Tais são as duas normas da T. E. Pela revelação, a T. E. sabe que Deus é Pai, que nos criou e nos ama como filhos seus, e que nos chama e convida a uma comunhão de vida com a Trindade. De outra parte, a experiência dos santos ilustra esta vida filial na multiplicidade e riqueza de suas actuações, como também em seu progresso e sua perfeição.

 

c)      A Teologia Espiritual estuda o organismo da vida espiritual. Faz parte da antropologia sobrenatural (antropologia teológica), cujo os elementos são a graça, as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo.[9] 

A Teologia Espiritual estuda também a consciência que temos da vida espiritual, a vida de graça, é o fundamento ontológico da vida espiritual. A evolução da vida espiritual e o seu progresso dependem da livre colaboração do homem.

 

A Teologia Espiritual pode, portanto, descrever a actividade consciente do homem espiritual. A actividade espiritual se acompanha de um sentido da realidade e da consciência do mistério de Deus, da densidade dos bens da fé. Essa consciência é análoga, na vida espiritual, a que nós temos da presença do mundo sensível.

 

d)     A T. E. explica as leis do progresso e da evolução da vida espiritual. Com efeito, sendo a vida espiritual a de um ser em marcha, imerso na temporalidade, está sujeita ao crescimento e ao progresso até a plenitude do Corpo de Cristo.

 

A T. E. esforça-se por descobrir as leis desse progresso e dessa maturação espiritual do homem no caminho de sua união cada vez mais íntima com Deus.[10]

e)      A Teologia Espiritual descreve a totalidade do processo que conduz a alma, desde dos começos da vida cristã até ao cume da perfeição.

 

A vida espiritual, com efeito, não é simples sucessão de experiências[11], e sim aprofundamento contínuo, consciência cada vez mais viva da presença da Santíssima Trindade. Esse progresso contínuo é a própria nota característica de uma autêntica vida espiritual.

 

3.3. O método da Teologia Espiritual

Sobre a questão do método é variado segundo as várias tendências das várias espiritualidades (beneditina, carmelitana, dominicana, franciscana, inaciana), porém podemos salientar o método indutivo e dedutivo.

 

a)      M. Indutivo (da experiência à interiorização): se caracteriza como experimental ou fenomenológico-descritivo. Na impostação dedutiva se dá muita importância também a experiência das testemunhas de santidade e a observação, da confrontar com os princípios bíblicos-teológicos (inaciana e carmelitana).

 

b)       M. Dedutivo: é mais especulativo ou teológico-racional. Nega o vivido como fonte de princípios, defende que os constantes e as estruturas da vida espiritual devem ser tratados unicamente a partir dos princípios bíblicos-teológicos (dominicanos).

 

Na realidade, hoje em dia, não existe um método puro indutivo ou dedutivo, mas todos os dois métodos devem ser aplicados de maneira convergente. Assim escreve Otger Steggink: “não se pode falar mais de método dedutivo e indutivo, mas sim deve-se falar de interdisciplinaridade, isto é, um método interdisciplinar ou integral, que integra os diversos métodos (histórico, psicológico, linguístico, literário e cultural religioso) na reflexão teológica[12].

 

3.4. As fontes da Teologia Espiritual

Para as fontes da Teologia Espiritual, esses vêm distintas em duas categorias em relação as outras disciplinas teológicas: comuns (a toda a teologia) e específicas (próprias e determinantes no campo da T. E.). A estas duas categorias se deve acrescentar àquelas das ciências auxiliares (ou complementares).

 

a)      Fontes teológicas comuns: Revelação, Padres da Igreja, Magistério, Aprofundamento Teológico, Liturgia e Teologia Sacramental.

 

b)      Fontes próprias ou específicas: História da Espiritualidade, Escritos de Vida Espiritual qualificado (como os escritos dos místicos), Autobiografia dos Santos, Ageografia[13] e Escolas de Espiritualidade.

 

c)      Ciências auxiliares[14]: Psicologia em geral e Psicologia religiosa em particular, Sociologia, Antropologia Cultural e várias teologias.

3.5. O objecto específico da Teologia Espiritual

O objecto específico da T. E. é o desenvolvimento espiritual dinâmico e concreto da pessoa humana que caminha para a santidade; do baptismo até a maturidade em Cristo.

 

É teologia de vida espiritual e não simplesmente psicologia ou fenomenologia religiosa, nem das religiões, pois tem por objecto, não o fenómeno religioso, mas o desenvolvimento da personalidade cristã com os seus meios (sacramento e outros), que se adequam aos dotes e limites da natureza de cada um.

 

A Teologia Espiritual estuda a santidade, mas não como um estado ontológico e objectivo (“Ecclesia santa”; “Cristão santo”), mas sim como santificação (o processo de transformação do homem (cristão) pecador a homem (cristão) santo).

 

4. Teologia Espiritual e outras teologias

Afirmamos acima que a espiritualidade é teologia porque trata da vida sobrenatural, do Divino. Ma temos que ter em conta que não é única disciplina ou matéria que estuda o Ser Divino, como diz o próprio termo “Theo” = Deus; “Logia” = tratado, quer dizer, “ciência sobre Deus”.

 

 

Temos inúmeras ciências que se ocupam sobre o conceito de Deus, cada um sob o seu ponto de vista, como por exemplo: a teologia fundamental; a teologia dogmática; a teologia sistemática; a teologia pastoral; a teologia moral; a teologia espiritual. Todos esses afirmam algo sobre o divino e procedem da Revelação, agora temos que ver quais são as diferenças entre elas.

 

 

 
A Revelação constitui o fundamento e centro de todas teologias
 
Teologia
Fundamental
Teologia
Dogmática
Teologia
Sistemática
Teologia
Pastoral
Teologia
Moral
Teologia
Espiritual
Disciplina base cujo objecto é o facto e o mistério da Palavra feita carne.
Estuda a Revelação na sua totalidade.
O objecto e o centro é a intervenção extraordinária de Deus na história do homem. Torna cada vez mais claro o acontecimento da Revelação.
Detalha os mistérios da Revelação e os estuda um a um. Se esforça em aprofundar os grandes mistérios cristãos (Trindade, Encarnação, Graça). É a mais eclesiástica: defende os princípios da fé cristã e católica. Deus e o Seu Mistério de Salvação como conteúdos da fé. Estuda os tratados em particular: Cristologia, Eclesiologia, Mariologia, Pneumatologia, Sacramentos, Escatologia.
Ponto de vista organizacional. É especulativa e comparativa. Enquanto a Dogmática estuda o sacramento da Eucaristia em si, a Sistemática o estuda em relação aos outros.
Trata das condições sociológicas e da comunicação da mensagem cristã.
É mais missionária: propõe Cristo (Revelação) ao Mundo.
Estuda o agir cristão do homem novo em sua estrutura universal. Tem por objecto a vocação do homem em Cristo (Mt 25, 31-46). e preocupa-se com o ser humano no seu correcto relacionamento com Deus. Mais do que a Dogmática, mostra como a Palavra de Deus pode esclarecer os problemas concretos do homem.
É uma reflexão que diz respeito a moralidade, ou seja o bem e o mal dos actos humanos, mas tendo como princípio e fim o agir moral de Cristo.
Também se interessa pelo agir humano mas do ponto de vista do crescimento espiritual em busca da perfeição, da santificação. Fundamenta-se nos princípios da Revelação e na experiência dos santos. Concentra seus esforços em descobrir como progride e evolui a vida espiritual. Engloba 2 outras teologias: a Ascética e a Mística.
O cristão no seu crescimento com Deus e com o próximo (Jo 14,23)

N.B.: A Teologia Espiritual pressupõe necessariamente a Teologia Moral, porque o movimento para a perfeição implica a conformidade da vontade humana à vontade de Deus. Tratando-se de uma condição sine qua non, a Teologia Espiritual é subordinada a Teologia Moral. Esta última conduz o cristão até a sua plena concretização da vida cristã, portanto até a restauração com Deus, naquele diálogo em que as normas são examinadas pela Teologia Espiritual.

 

5. Síntese histórica do surgimento da Teologia Espiritual como disciplina Teológica

A Teologia Espiritual é uma especialização nova, nascida recentemente no seio da teologia e o seu itinerário pode ser resumida em três etapas: a exigência remota por teologia espiritual; o nascimento da cátedra e o seu ensino e a espiritualidade depois do Concílio Vaticano II.

 

5.1. A exigência remota por teologia espiritual

O Manual e a Cátedra da Teologia Espiritual aparecem no início do século XIX e, mais precisamente, entre os anos 1917 e 1930, como exigência de uma recuperação “espiritual” da Teologia.

 

Nos primeiros séculos da Igreja (praticamente em todo o 1º milénio), a Teologia é de tipo “contemplativo-paranóico” e, portanto, “espiritual”. Se trata da teologia dos Padres e da teologia monástica que atinge até a Teologia “Escolástica” (séculos XII-XIII).

 

A reflexão sob o Mistério e exortação para vida (como nas cartas paulinas) era comum em todas as obras dos Padres, enquanto, sobretudo com o início do estudo “universitário” da Teologia, da “contemplação”, se passa a especulação e a “inquisitio” (procura).

 

Os Padres afrontavam a explicação do Mistério Cristão com categorias que se perderam na escolástica. Se perdeu, sobretudo, o conceito e a importância da salvação como história.

 

Para Ireneo, Origene, Gregorio de Nissa e outros, por exemplo, o cristianismo antes que uma doutrina (um Credo) é uma História. A História da “economia” de um Deus que tomando a humanidade como é, a eleva, atraindo-a na sua pedagogia de misericórdia e, sobretudo, por meio do Espírito que leva a todos a reconhecê-Lo Pai no Filho doado. A Teologia, portanto, surge como uma reflexão sobre um ACONTECIMENTO.

 

Os Padres vêm esta salvação como um facto colectivo que diz respeito a humanidade como uma realidade compacta. Objectivamente, salvação na cruz de Cristo e, subjectivamente, um processo de salvação no Espírito.

 

A Teologia, mais que se ocupar sobre a verdade especulando-a, se ocupa deste processo de salvação que, em termos bíblicos, se chama aliança e aliança esponsal (Cântico e Oseias). Os Padres comentando e exortando contemplam o Mistério.

 

Os Mónacos cristãos, de facto, esta “inquisitio” puramente especulativa da verdade julgam-na como uma simples “curiositas” ou uma “vana exquisitio”, mas a teologia sistemática dada aos estudos no campo “universitário”, levou a Teologia, quase inevitavelmente, sob o campo da verdade objectiva e, portanto, a “objectivação da mesma Revelação” (data e princípios a demonstrar), na categoria de “fides quae intellectum” (a verdade objectiva a crer e a aprofundar).

 

 

Assim surgiram várias cátedras teológicas, como: o tratado do Deo Uno et Trino, que se ocupava da sua unicidade e natureza; o tratado da Incarnação, que se ocupava da perfeita natureza humana e perfeita natureza divina  do Verbo (hypostasis); a questão dos Sacramentos, etc.

 

Nota-se que a teologia passou a ser mais especulativa e dogmática perdendo assim o elo com a vida e o crescimento espiritual, permanecendo apenas a pastoral e actos de piedade que levava a uma literatura espiritual sem uma verdadeira consistência teológica.

 

Foi sobretudo no século XIX que começou uma exigência da recuperação da experiência cristã no âmbito estritamente teológico como um estudo da obra salvífica no acto cristão.

 

5.2. O nascimento da cátedra e o seu ensino

O novo braço de Teologia nasce deste interesse e desta exigência para uma espiritualização da Teologia. Esse, na linha com a Sagrada Escritura, teve que incluir necessariamente a reflexão sobre a vida cristã ou de santificação.

 

Nasce assim o terceiro grande “capítulo” da Teologia. Ao lado da Teologia Dogmática e da Teologia Moral, vem lentamente a colocar-se a Teologia Espiritual ou Teologia da Vida Espiritual, ou ainda, Espiritualidade.

 

As causas próximas do surgimento da Teologia da Espiritual são principalmente duas: um certo movimento místico e a vontade específica da Igreja

 

a)      Um certo movimento místico

Sobretudo por volta do século XIX se percebe que a mística (mystês do mystêrion) não se refere apenas aos fenómenos extraordinários, mas a vida interior de cada cristão chamado, no Espírito, a experiência de Deus. Não são duas vias, ascética e mística, mas mística é a única meta para todos.

 

Jesus de facto disse: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23). Portanto, este “vir” (que diz respeito a todos) deve ser objecto de estudo, junto aos sugerimentos sobre como acolhê-lo e rende-lo vital…

 

Teresa de Lisieux (1873-1897), por exemplo, com a sua “via da infância espiritual”, nos dá prova concreta da vida espiritual. A sua vida “ordinária” mostra, de facto, que a experiência mística mais profunda, a experiência do mystêrion de Deus, é para todos os cristãos, próprio a partir da sua vida concreta e limitada.

 

É de notar que, esta vocação à santidade de que Teresinha fala no seu livro foi prelúdio para a afirmação do Concílio Vaticano II da «vocação universal a santidade» (cfr. Lumen Gentium, cap. V).

 

O conceito fundamental do nascimento da Teologia Espiritual brota com uma nova consciência cristã, pois se sente que não há uma vida cristã verdadeira se não há uma verdadeira assimilação do mistério de Cristo (vida cristã = vida mística), como afirma o teólogo Kharl Rahner: “o cristão ou é místico ou não é cristão”.

 

b)      A vontade específica da Igreja

Neste clima espiritual de fim-início (XIX-XX), se insere a solicitação da parte da hierarquia eclesiástica. Esta se manifesta e pode ser resumida em dois períodos: 1903-1939 e 1939-1978. Podemos também incluir aquele que segue o Concílio Vaticano II, com as suas aplicações.

 

i.                    1903-1939: Pio X-Pio XI – Em 1910 Pio X, exprime o desejo que na formação sacerdotal dos clérigos venha inclusa também a “ciência ascética e mística[15]. Em 1919, Bento XV, por seu lado, louva a erecção da Cátedra de “Teologia Ascética-Mística” na Pontifícia Universidade Gregoriana[16] e, em 1920, a Sagrada Congregação para os Seminários, escreve aos bispos alemães que “o estudo da Teologia Moral deve ser acompanhada e aperfeiçoada por meio do estudo da Teologia Ascético-Místico[17].

 

O ano decisivo é, todavia, 1931. Com o mandato de Deus scientiarum Dominus, a Ascética entra como disciplinas “auxiliar” e, a Mística como “complementar[18], todas obrigatórias para o ensino.

 

Assim nasce a Teologia Espiritual como disciplina distinta da Teologia Moral e Dogmática. Pio XI, fazendo eco da Teologia da Santidade, declara S. João da Cruz, teólogo místico, Doutor da Igreja (24-08-1926).

 

ii.                  1939-1978: Pio XII-Paulo VI – O facto, talvez mais saliente neste período, é o nascimento do Instituto de Espiritualidade do Teresianum que, aberto apenas para os Carmelitas em 1957, sob o pedido da Sagrada Congregação dos Religiosos, e em 1959 abre as portas para todos.

 

Nas bodas de prata da faculdade (1961), João XXIII sublinha que a doutrina espiritual da Santa Teresa e de S. João da Cruz é património de toda a Igreja. No dia 8 de Setembro de 1964 torna-se oficialmente “académico” com cursos de estudos que leva ao doutoramento em Teologia Espiritual.

 

Um outro facto importante é no dia 27 de Setembro de 1970 Poulo VI declara S. Teresa de Ávila (115-1582), primeira mulher na história da Igreja, Doutora da Igreja. E em 1997, Teresa de Lisieux também é declarada Doutora da Igreja por João Paulo II.

 

iii.                Depois do Concílio Vaticano II – O Decreto sobre a formação sacerdotal (Optatam Totius) de 28 de Outubro de 1965 não menciona a Teologia Espiritual como uma disciplina autónoma em si, bem como outras disciplinas, porém deixa espaço as Conferências episcopais o dever de descer a prática.

 

A CEI (Conferência Episcopal Italiana) na “Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis” (Roma 1970) decreta a Teologia Espiritual como matéria de estudo, deixando assim de ser como um simples “complemento” da Teologia Moral.

 

No nº 79 da “Ratio” diz o seguinte: “a Teologia deve compreender, entre outros, o estudo da teologia e da espiritualidade sacerdotal, bem como da vida consagrada com os conselhos evangélicos, a fim que saibam dirigir os fiéis na via da perfeição própria do seu estado”.

 

A Constituição Apostólica de João Paulo II acerca das Universidades e Faculdades Eclesiásticas, “Sapientia Christiana”, de 15 de Abril de 1979, refere, todavia, a Teologia Espiritual entre as disciplinas teológicas obrigatórias.

 

A presença da matéria da Teologia Espiritual em todos os programas dos Seminários e das Faculdades Teológicas indica a autonomia da nova disciplina. A dificuldade pode-se colocar, se calhar, na distinção do seu campo em relação a Teologia Dogmática e, sobretudo, da Teologia Moral, porém o místico faz apelo directamente a própria experiência de Deus.



[1] Apêndice – Matéria que deveria fazer parte da Introdução a Teologia Espiritual
[2] Já no séc. V encontramos a expressão: ““Age, ut in spirituatate profecias” (esforça-te de progredir na espiritualidade ou seja na vida espiritual). Cfr. BERNARD Charles André, Teologia spirituale, edizioni San Paolo s.r.l., Cinisello Balsamo (Milano), 2002³, p. 27
[3] Cfr. Brochura Pe. José Geraldo da Silva, p. 1.
[4] Os dons do Espírito Santo: Sapiência, Entendimento; Conselho; Fortaleza; Ciência; Piedade e Temor de Deus. Os frutos do Espírito Santo: Caridade; Gozo; Paz; Paciência; Benignidade; Bondade; Longanimidade; Mansidão; Fé; Modéstia; Continência e Castidade Perpétua.
[5] Por exemplo, no âmbito da fé cristã existe sempre uma realidade secreta e escondida: Deus mesmo, transcende cada coisa; os vários Mistérios da Salvação que conhecemos mediante a fé. Para os Padres da Igreja, estes mistérios indicam em particular os vários sacramentos: de trás de símbolos sensíveis está presente uma realidade divina.
[6] BERNARD Charles André, Teologia spirituale, o. c., p. 73
[7] RUIZ Salvador Federico, Le vie dello Spirito, p.25.
[8] A Royo Marin, Teologia della perfezione cristiana, ed. Paoline, Roma, 1959, p. 23. in brochura Pe. José Geraldo da Silva, p. 8.
[9] Neste caso ela está subordinada a teologia dogmática.
[10] O termo lei deve ser tomada aqui no sentido psicológico do comportamento habitual, com aquela margem de excepção que é preciso conceder quando se trata de seres livres.
[11] A noção de experiência implica em primeiro lugar um contacto objectivo com uma realidade percebida pois, no sujeito que fez a experiência, constitui-se um saber baseado no tal contacto com a realidade. A exp. religiosa defere da exp. dos valores morais ou éticos, pois estes últimos, mesmo implicando o senso da transcendência dos valores em relação a consciência individual, não atingem o ser como tal mas apenas as suas manifestações concretas percebidas como bom e belo. A exp. religiosa não percebe apenas um valor (o sacro ou o absoluto), mas sim apresenta um contacto com o ser divino. Contudo deve distinguir: dum lado o conteúdo e as representações religiosas e do outro lado o senso da presença do Ser. A exp. cristã é baseada no Verbo Encarnado.
[12] MORICONI Bruno, Nascere dall’Alto, Teologia de Vita Spirituale, Appunti ad uso degli Studenti, Piazza San Pancrazio, Roma, 2002/03, p. 30.
[13] Investigação e descrição dos fenómenos geográficos.
[14] Mais que fontes, se trata de meios complementares que dizem respeito sobretudo do conhecimento da pessoa humana.
[15] Cfr. AAS 2 (1910) 668.
[16] Cfr. AAS 12 (1920) 29.
[17] “Enchir. Cler.” n. 1135, p. 591.
[18] Cfr. AAS 23 (1931) 271 e 281.

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